Estoque de crédito sobe 0,7% em fevereiro e passa de R$ 4 trilhões, mostra BC
Como proporção do PIB estimado pela autoridade monetária, o estoque de operações foi para 54% O saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 0,7% em fevereiro, para R$ 4,046 trilhões, conforme divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). Em 12 meses, houve alta de 16,1%.
Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária, o estoque de operações foi para 54%, frente a 53,8% em janeiro. Em fevereiro de 2020, o saldo era de 46,7%.
O fim de programas emergenciais direcionados às empresas explica em parte o desempenho do estoque de crédito em fevereiro, em que o saldo dos empréstimos para pessoas físicas cresceu mais do que para pessoas jurídicas. A afirmação foi feita nesta segunda-feira pelo chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha. “Uma parte disso se deve ao fim dos programas”, disse em entrevista coletiva.
O saldo total de crédito para as famílias aumentou 0,8% em fevereiro, totalizando R$ 2,273 trilhões. Para as empresas, a alta no mês foi de 0,6%, para R$ 1,773 trilhão.
O saldo total do crédito livre subiu 0,9% no mês, chegando a R$ 2,336 trilhões, enquanto o crédito direcionado avançou 0,4%, para R$ 1,710 trilhão.
O BC mostrou ainda que o sistema financeiro concedeu em fevereiro 5,9% a mais em novos empréstimos e financiamentos, na comparação com o mês anterior. O número leva em conta as concessões totais em cada mês. Considerando a média por dia útil, houve alta de 17,7%.
As concessões para clientes corporativos subiram 13,2% contra janeiro, somando R$ 139,7 bilhões. Para as famílias, o sistema financeiro concedeu R$ 174,2 bilhões em novos empréstimos e financiamentos, 0,7% acima de mês anterior.
A concessão com recursos livres, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e clientes, subiu 5,2%. Já as operações com recursos direcionados, que são regulamentadas pelo governo ou vinculadas a recursos orçamentários, cresceram 13,3%.
Pelo critério dessazonalizado, as cocecssões de crédito subiram 6% no mês em fevereiro. Para as pessoas físicas, houve alta de 6,5%, enquanto para as pessoas jurídicas foi registrada expansão de 4,7%. No crédito livre total, as concessões aumentaram 4,8%. No crédito direcionado, avançaram 5,1%.
A autoridade monetária mostrou também que o crédito ampliado ao setor não financeiro teve aumento de 1,6% entre janeiro e fevereiro. Em 12 meses, a alta foi de 17,8%. Essa é considerada pelo BC a medida mais abrangente do crédito, já que inclui não apenas empréstimos e financiamentos, mas também o mercado de capitais e empréstimos externos. Com isso, o crédito ampliado atingiu R$ 12,3 trilhões.
Segundo o BC, a variação mensal foi influenciada, sobretudo, pelo crescimento do saldo de títulos de dívida (2,2% no mês), principalmente os títulos públicos.
O crédito ampliado às empresas cresceu 1,1% na comparação mensal, alcançando R$ 4,3 trilhões. Tanto na variação mensal quanto em doze meses, destacaram-se os aumentos nos empréstimos, tanto no mercado doméstico quanto os que integram a dívida externa, disse o BC.
No caso do crédito ampliado para as famílias, a alta foi de 0,7%, para R$ 2,5 trilhões. O resultado acompanhou a variação de seu principal componente, que são os empréstimos do Sistema Financeiro Nacional (SFN).