Produção industrial cai após 4 altas e emprego desacelera em setembro, diz CNI

Segundo a pesquisa, os empresários industriais estão menos otimistas em outubro em relação aos próximos seis meses A desaceleração da atividade já chegou na indústria. Na passagem de agosto para setembro, a produção industrial caiu de 54,5 pontos para 49 pontos, interrompendo quatro altas seguidas. Os números são da Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada hoje.

O índice de evolução do número de empregados ficou em 51,4 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos, índice que separa aumento de queda do emprego, pelo quinto mês seguido. Apesar de positivo, o número representa uma desaceleração frente ao mês de agosto, quando havia ficado em 52,2 pontos.

Segundo a pesquisa, os empresários industriais estão menos otimistas em outubro em relação aos próximos seis meses: houve queda das expectativas de demanda pelos produtos, de exportação, de compra de insumos e de contratação de empregados.

A falta ou o alto custo da matéria-prima se mantém há mais de dois anos como o maior problema enfrentado pelo setor. No terceiro trimestre, entretanto, o problema foi menos sinalizado pelos empresários, atingindo 38,1% das empresas, 14,7 pontos percentuais abaixo do segundo trimestre, quando atingia 52,8% das empresas.

Em nota, a economista da CNI Larissa Nocko pontua que desde o início da pandemia no primeiro trimestre de 2020, a falta ou o alto preço da matéria-prima tem sido o principal entrave à produção.

Nesse contexto, ela avalia que, apesar da desaceleração da produção e das expectativas menos otimistas, a normalização da cadeia e suprimentos é um elemento central para a retomada do ritmo de produção industrial.

A carga tributária se mantém na segunda colocação entre os principais problemas do setor industrial, atingindo 32,8% das empresas no terceiro trimestre de 2022. As taxas de juros elevadas e a demanda interna insuficiente, que atingem 24,9% e 24,7% das empresas, respectivamente, estão na sequência das preocupações.

Insumos
O indicador de evolução do preço de matérias-primas ficou em 56,2 pontos entre julho e setembro deste ano, uma queda de pouco mais de dez pontos em relação a abril e junho, quando registrou 66,9 pontos. A desaceleração alcançou o menor patamar desde o período pré-pandemia.

O dado também varia de 0 a 100 pontos, com uma linha de corte de 50 pontos. Números acima desta linha apontam crescimento e abaixo, queda.

“Esse dado reforça a percepção da indústria de normalização, ainda que parcial, da cadeia de suprimentos e, por consequência, da maior satisfação com a situação financeira das empresas”, informa a CNI.

Os indicadores que medem a satisfação com o lucro operacional, a satisfação com as condições financeiras das empresas e a facilidade de acesso ao crédito avançaram, respectivamente, 1,9 ponto, 1,9 ponto e 2,6 pontos.

O indicador de situação financeira mostra um cenário mais favorável no terceiro trimestre de 2022 na comparação com o segundo. Apesar da melhora, os empresários ainda avaliam que o acesso ao crédito é difícil e que o lucro operacional se situa em patamares insatisfatórios.

Foram consultadas 1.739 empresas, sendo 696 pequenas, 601 médias e 442 grandes, entre 1º e 11 de outubro de 2022.

Pixabay

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