ARTIGO – Seis itens que você precisa saber sobre o Open Banking

Por Thiago Alvarez*

A primeira fase do Open Banking no Brasil começa a ser implementada hoje (1). Apontado por especialistas como uma revolução no sistema financeiro brasileiro, o novo mecanismo funciona como um “banco aberto”, uma espécie de rede de dados, que, mediante autorização do usuário, poderá compartilhar informações e serviços entre instituições financeiras     . 

Segundo o Banco Central, o Open Banking trará inúmeros benefícios às pessoas. Amplitude nos serviços oferecidos pelas instituições bancárias, melhoria na experiência do usuário, taxas mais competitivas e a possibilidade de escolher os produtos de um banco, sem ter que abrir contas indesejadas, são só algumas mudanças no dia a dia dos  mais de 175 milhões de brasileiros que possuem relacionamento com instituições bancárias.

1 – Mais facilidade no atendimento ao cliente que seja correntista de outros bancos

Hoje os bancos não ‘enxergam’ o relacionamento do cliente com outras instituições financeiras. Com o Open Banking, o cliente de outra instituição poderá compartilhar diretamente seus dados de cadastro, extratos e outras informações diretamente com outros bancos sem ter a necessidade de abrir uma conta, visitar a agência, ter histórico com a instituição. Tudo poderá ser feito online em poucos minutos pelo celular.

2 – Mais oferta de serviços condizente com perfil

O Open Banking trará mais inteligência na oferta de produtos.  Ele atuará utilizando algoritmos e por isso, bancos e fintechs conseguirão entender melhor o que se aproxima das necessidades do consumidor. Isso permitirá uma oferta de serviços, pois todos poderão oferecê-los em diversas plataformas simultaneamente.

3 – O histórico é seu. Você é o dono dos seus dados

O Open Banking não possui um modelo específico para ser seguido, cada país desenvolve o seu conforme sua necessidade. É muito comum ver brasileiros com anos de relacionamento com seus bancos. E quanto maior o tempo de relacionamento com a instituição mais informações ela detém. Ao iniciar uma nova história com outro banco, parte deste histórico se perde e o ‘pulo do gato’ é esse, pois o Open Banking liberta o cliente deste sistema sem que ele perca seu histórico. 

4 – Mais chances de conseguir um empréstimo ou financiamento com juros e taxas acessíveis

Uma vantagem que certamente será sentida rapidamente é que com a implementação do Open Banking ao solicitar empréstimo ou financiamento em uma instituição, o histórico do cliente estará disponível e, assim, ele poderá barganhar melhores taxas ou limites. A oferta de produtos também fará que todos tentem abarcar o cliente oferecendo mais parcelas, menos juros, descontos em antecipação, entre outras coisas.

5 – Mais segurança em suas escolhas e transações

O Banco Central está à frente da regulação do Open Banking no Brasil. Qualquer instituição participante precisará seguir à risca esta regulação. Em linhas gerais, as empresas participantes terão normas e procedimentos para cumprirem e, caso desrespeitem algum ponto da regulação, o BC poderá aplicar multas, excluir a empresa do sistema e, nos casos mais extremos, decretar a falência ou liquidação da instituição. Com base nisso, acreditamos que o serviço é seguro, pois quem estiver ali certamente está cumprindo uma série de normas que prezam segurança e o bem-estar de todos.

6 – Fases e prazos de implementação

A primeira das quatro etapas do processo de implementação do Open Banking tem início hoje, 1º de fevereiro. Já o prazo para a última fase – entrada em vigor do compartilhamento de dados sobre produtos e serviços e dados de transações – está previsto para 15 de dezembro deste ano.

*Thiago Alvarez é fundador e CEO do Guiabolso e também membro do Conselho Deliberativo do Open Banking no Banco Central

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