Bancos melhoram projeção e agora esperam alta de 7,3% no crédito em 2021

Presidente da Febraban, 2021 será um ano desafiador, mas com boas perspectivas Os bancos começaram o ano mais otimistas com o crédito e agora preveem crescimento de 7,3% no estoque de operações e um ambiente de inadimplência controlado em 2021, indica pesquisa realizada pela Febraban. O levantamento foi feito com representantes de 21 instituições financeiras entre 27 de janeiro e 2 de fevereiro, logo após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom).

Na edição anterior, realizada em dezembro de 2020, a projeção era de um aumento de 7% na carteira neste ano. A melhora a percepção recai, sobretudo, sobre as operações com recursos livres. A expectativa agora é de crescimento de 9,9% no volume dessas linhas, ante 9,6% na sondagem de dezembro. Para os bancos, o crédito com recursos livres para empresas crescerá 9,3%, enquanto as operações de pessoa física terão avanço de 10%.

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No crédito direcionado, que cresceu muito em 2020 com as linhas emergenciais para empresas e com a demanda por financiamento imobiliário, a expectativa é de crescimento de 3,7% em 2021 — acima da projeção de 3,4% feita em dezembro.

Ao mesmo tempo, as instituições estão mais confiantes na contenção da inadimplência. A perspectiva agora é que o indicador de operações com atraso superior a 90 dias chegue a 3,7% no fim deste ano. Em dezembro, os bancos projetavam que chegaria a 4%.

A taxa de calotes encerrou 2020 em 2,9% nas operações com recursos livres, o menor patamar da série histórica, refletindo as medidas de prorrogação de contratos.
“Apesar de os analistas esperarem aumento da inadimplência, a elevação não deve ser tão significativa quanto se acreditava no início da pandemia”, afirmou o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, por meio de comunicado.
Os bancos também veem um cenário com alguma recuperação da economia. Para 47,6% dos entrevistados, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer entre 3% e 3,5% neste ano — o que embute um carregamento significativo dos três últimos meses de 2020. No entanto, outros 38,1% esperam alta do PIB superior a 3,5%.

“Além da aceleração do plano de vacinação, que é premissa inafastável, outros fatores podem sustentar um crescimento mais robusto do PIB neste ano, como o cenário de baixa taxa de juros, no Brasil e no mundo, o baixo nível de estoques, a poupança acumulada e demanda reprimida e, ainda, a possibilidade de novos estímulos econômicos”, disse o presidente da Febraban, Isaac Sidney, na nota. Para ele, 2021 será um ano desafiador, mas com boas perspectivas.
A mediana das projeções dos bancos aponta uma taxa Selic de 3,75% em dezembro, mas para a maioria (61,9%) o processo de normalização monetária só deve ter início na reunião do Copom marcada para início de maio.

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