Goldman Sachs espera impacto modesto no lucro dos bancos com aumento de CSLL
Os analistas da instituição calculam uma queda de 0,4%, em média, no lucros dos bancos, com o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Os analistas do Goldman Sachs calculam um impacto “modesto” nas estimativas para o lucro líquido de 2021 dos bancos brasileiros — uma queda de 0,4%, em média —, uma vez que parte do aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) poderia ser compensada por créditos fiscais gerados pela reavaliação de ativos fiscais diferidos (ou DTA).
Na terça-feira (2), o governo anunciou a edição de medida provisória aumentando a alíquota da CSLL de 20% para 25%, no caso dos bancos, e de 15% para 20%, para as seguradoras, empresas de capitalização e cooperativas de crédito. Os novos percentuais valem até o dia 31 de dezembro. Os recursos serão usados para compensar a isenção de tributos federais sobre o óleo diesel e o gás de cozinha.
O Goldman calcula que um aumento de cinco pontos percentuais na alíquota da CSLL poderia impactar a estimativa de lucro líquido em 2021 em um intervalo de 0,2% a 2,7% para Bradesco, Itaú e Santander Brasil. Já o Banco do Brasil pode ter impacto positivo de 1,9%, já que os créditos tributários oriundos de DTA provavelmente seriam maiores do que o aumento da contribuição social.
“No entanto, se excluir o benefício potencial da reavaliação de DTAs, que é um item não monetário, poderia ter um impacto médio de 4% em nossas estimativas de ganhos de 2021 para os quatro grandes bancos que cobrimos. Vale notar que consideramos uma taxa de CSLL mais alta para o segundo semestre de 2021 em nosso exercício teórico, pois deve entrar em vigor de julho a dezembro de 2021”, disseram os analistas em nota.
Os analistas da instituição afirmam que seguem com a classificação de compra para Bradesco e Banco do Brasil, uma vez que ambas as ações estão sendo negociadas abaixo dos pares. Além disso, os analistas acreditam que o Bradesco tem mais espaço para melhorar a eficiência no curto prazo, enquanto o Banco do Brasil também deve melhorar eficiência à medida que implementa seu plano de reestruturação recentemente anunciado. “No entanto, reconhecemos que o ruído político potencial pode impactar o setor, particularmente Banco do Brasil”, alertam.