Lucro do banco BV atinge R$ 347 milhões no trimestre

O BV (ex-Banco Votorantim) teve lucro líquido de R$ 347 milhões no quarto trimestre, crescimento de 26,3% em relação aos três meses imediatamente anteriores e de 6% ante igual período de 2019.

De acordo com comunicado da instituição financeira, o resultado é reflexo da recuperação da demanda por crédito e financiamento no varejo, reforçada pelo financiamento de veículos.

A carteira de crédito total mostrou crescimento anual de 6% no último trimestre de 2020, ao atingir R$ 70,3 bilhões, com destaque para a expansão tanto no varejo quanto no atacado. Na comparação com o terceiro trimestre, a carteira total teve a alta de 4,3%.

A carteira do varejo avançou 6,5% na comparação anual, alcançando R$ 47 bilhões, com expansão em todos os segmentos.

“Além do contínuo e consistente crescimento na carteira de financiamento de veículos, que cresceu 7,0% em relação ao mesmo período de 2019, o BV vem ampliando suas áreas de atuação. O financiamento de placas solares, por exemplo, foi novamente destaque no período, com expansão de 333% na mesma comparação”, apontou o banco no comunicado.

A carteira do atacado (CIB) registrou expansão de 5% sobre o mesmo período de 2019, atingindo R$ 23,3 bilhões. O destaque foi o crescimento no segmento corporate que permitiu a maior pulverização do risco da carteira e melhora da rentabilidade do portfólio.

Ainda segundo o BV, também contribuiu para a melhora no lucro no quarto trimestre a queda no custo de crédito em razão do menor nível de inadimplência, influenciado pela retomada da atividade econômica e pela iniciativa de renegociação das parcelas de financiamento durante os meses iniciais da pandemia.

O custo de crédito recuou 16,3% em relação ao trimestre anterior, refletindo a melhora gradual dos indicadores de inadimplência. A inadimplência encerrou o trimestre em 3,5% (ante 4,2% no terceiro trimestre de 2020).

A redução foi explicada por uma prudência nas políticas de concessão, com maior monitoramento do risco de crédito, assim como por estratégias de renegociações e revisões nos limites de crédito.

Apesar da queda, a inadimplência ainda tem o benefício dos efeitos das renegociações do varejo no contexto da pandemia. As iniciativas impactaram mais de 830 mil clientes, com cerca de R$ 18 bilhões renegociados, sendo 78% via canais digitais.

Ao final do último trimestre de 2020, o saldo da carteira renegociada era de R$ 13,9 bilhões e não havia mais saldo em período de carência no varejo, sendo que, do total renegociado, apenas 3,6% estavam com inadimplência acima de 90 dias.

Não houve volume relevante renegociado na carteira do atacado.

O NIM (na sigla em inglês de Net Interest Margin, ou margem de juros líquida) encerrou o último trimestre de 2020 em 9,9%, alta de 0,5 ponto percentual sobre os três meses imediatamente anteriores, com menor impacto das iniciativas de flexibilização de pagamento de parcelas adotadas na pandemia.

O índice de eficiência encerrou o ano de 2020 em 32,3%, estável em relação a 2019. A performance refletiu, segundo o BV, no controle sobre a base de despesas, que, em meio à crise, ajudou a amenizar o efeito da menor geração de receitas no período pela “momentânea” retração da demanda por novos financiamentos.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE recorrente) no quarto trimestre foi de 13%, expansão de 2,4 pontos percentuais sobre o terceiro trimestre, quando atingiu 10,6%. Na comparação com um ano antes (13,1%), o ROE permaneceu em linha.

“Apesar dos impactos da covid-19 na demanda por crédito e qualidade creditícia, os resultados já apresentam melhora consistente, ao passo que o balanço se mantém sólido, com robustez de capital, liquidez e cobertura para inadimplência.”

O índice de cobertura alcançou 252% no trimestre, uma alta de 18 pontos percentuais sobre o terceiro trimestre de 2020.

O índice de Basileia ficou em 14,6% em dezembro de 2020, com capital principal em 11,7%, bem acima do mínimo regulatório.

O indicador de liquidez (LCR) atingiu 226%, ante 199% do trimestre anterior e acima dos 100% exigidos pelo Banco Central.

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