Mercado externo equilibrou impacto da pandemia em 2020, diz CEO da Bemobi

Empresa de assinaturas de apps e games opera em 38 países e ampliou a receita com mercados internacionais de 30% para 38% Mesmo com o impacto direto da pandemia sobre o poder de compra de usuários de baixa renda, principal público de assinatura de aplicativos Bemobi, a empresa sustentou o avanço de resultados em 2020, destacou o CEO da empresa, Pedro Ripper, em teleconferência com analistas nesta terça-feira.

“Quando o bolso do cidadão aperta um pouco, indiretamente isso aperta para a Bemobi”, disse o CEO da empresa que levantou mais de R$ 1,09 bilhão na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no início de fevereiro.

A Bemobi oferece assinaturas de aplicativos e jogos a consumidores em 38 países, especialmente de baixa renda. A empresa também oferece serviços de assinatura em parceria com operadoras de telecomunicações, e de microfinanças como recarga de créditos para planos pré-pagos e de saldos de dados.

“Mesmo em um ano desafiador, conseguimos crescer em todos os indicadores operacionais e financeiros”, disse Ripper.

O executivo destacou que a receita com o mercado internacional, mesmo de países emergentes, ajudou a equilibrar os resultados.

Hoje, a Bemobi atua em 38 países, com presença mais forte no Sudeste Asiático e na América Latina. Em 2020, a empresa ampliou a receita com mercados internacionais de 30% para 38% em relação a 2019.

A companhia fechou sete novas parcerias com operadoras em 2020, somando 72 parcerias no total. “Juntas elas dão acesso a um mercado potencial de 2,3 bilhões de usuários móveis”, disse Ripper.

O CEO comentou que, além das operadoras, a empresa olha novos modelos de parcerias com bancos e carteiras digitais este ano.

Com o capital levantado no IPO, aquisições devem ser anunciadas “antes do esperado”, de acordo com o CEO. Ripper diz que o interesse está em empresas que complementem a oferta de serviços diretos aos clientes e que aumentem a presença geográfica para acelerar o crescimento.

A empresa fechou o ano de 2020 com lucro líquido de R$ 39,8 milhões em 2020, valor 23% superior aos R$ 32,3 milhões alcançados em 2019. A receita líquida anual somou R$ 241 milhões, 9% acima do resultado de 2019.

O lucro antes de impostos, resultado financeiro, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 93,4 milhões, em 2020, número 11% superior ao ano de 2019.

O volume de assinaturas pagas por consumidores avançou 16% sobre 2019, para 34 milhões. Em assinaturas por meio de operadoras houve alta de 4%, para 29,4 milhões no ano passado.

As transações de microfinanças, que incluem recarga de aparelhos pré-pagos, saldos de serviços de voz e dados, somaram 165,7 milhões em 2020, um avanço de 50% sobre 2019.
Pedro Ripper, CEO da Bemobi
Leo Pinheiro/Valor

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