“Passamos a arrebentação e estamos surfando a onda do crescimento”, diz CEO do BTG Pactual

Tecnologia permitiu que o banco expandisse as operações para o varejo
Claudio Belli/Valor
A tecnologia permitiu que o BTG Pactual expandisse as operações para o varejo pessoas física e jurídica, em todas as modalidades de negócios e franquias, disse Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual em teleconferência com analistas na manhã desta terça-feira.

A nova plataforma transacional de conta corrente digital para o varejo do banco, a BTG+, foi lançada em setembro do ano passado, em um primeiro momento apenas para clientes da plataforma de investimentos. A partir de 18 de janeiro, o BTG+ foi aberto a todas os interessados.

Segundo o executivo, os resultados alcançados no ano passado comprovam a tese da instituição de que investir em tecnologia surte efeitos positivos em rentabilidade no negócio. “Expandimos ao varejo sem legado de tecnologia e agências bancárias”, afirmou.
“Conseguimos combinar a rentabilidade dos bancos tradicionais com crescimento de novos entrantes”, disse o CEO do BTG.
Segundo Sallouti, o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) do BTG Pactual deve voltar ao patamar acima de 20% em dois anos. Conforme o executivo, o momento é de expansão das linhas de negócios após os investimentos feitos em tecnologia para a montagem das várias plataformas do banco nos últimos anos.
A gente brinca que passamos a arrebentação e estamos surfando a onda do crescimento, disse. Conforme o executivo, nós tínhamos praticamente zero de market share em varejo.
Nesse sentido, Sallouti ponderou que o crescimento mais significativo tende a vir de onde o banco tinha pouca presença. Faz sentido que cada vez mais, todo trimestre, uma parte maior [dos resultados] venha desses novos segmentos.
Conforme o CEO do BTG, a meta do banco é alcançar um índice de eficiência de 44% em 2021. Com isso, ao longo dos próximos anos, a tendência é de o ROE voltar a subir para o patamar dos 20%.
Os depósitos a vista dos clientes de varejo registraram quase R$ 3 bilhões no quarto trimestre, saindo de uma base muito pequena, disse o diretor financeiro do BTG Pactual, João Dantas. “Funding de depósito a vista de clientes do varejo está crescendo, assim como a participação do varejo na nossa captação total”, pontuou.
Conforme o executivo, os deposito à vista de clientes de varejo no BTG estava em R$ 600 milhões no quarto trimestre de 2019, passou a R$ 1,1 bilhão nos primeiros três meses do ano passado, depois subiu para R$ 1,4 bilhão no período seguinte, indo para R$ 2 bilhões no terceiro trimestre, chegando a R$ 2,7 bilhões no último trimestre de 2020.
A base de ”funding” sem garantia do BTG Pactual encerrou os últimos três meses do ano passado em R$ 107 bilhões. Em um ano essa base cresceu 100%, saindo de R$ 54 bilhões. Segundo Dantas, o resultado mostra uma tendência positiva, com uma ligeira redução do custo em decorrência do maior mix de produtos e serviços oferecidos pela instituição, que incluem o varejo e mais captações locais.

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