Pix movimenta quase 70 vezes mais dinheiro que TED

O Pix se tornou o principal meio de transferência no Brasil: este mês, ele foi usado para movimentar quase R$ 90 bilhões, enquanto o TED respondeu por R$ 1,3 bilhão no mesmo período. O sistema de pagamentos instantâneos começou a operar em novembro de 2020. ele é gratuito para pessoas físicas.

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O Pix chegou (Imagem: Divulgação/Banco Central)
Em dezembro, o Pix já respondia por 30% das transferências entre bancos. Agora em janeiro, ele se tornou ainda maior: foram 107 milhões de transações instantâneas, contra 25,5 milhões de TEDs, segundo um levantamento feito pelo Tecnoblog com dados do Banco Central.
As transações via Pix feitas em janeiro até a última quarta-feira (20) tiveram valor médio de R$ 832,58, já considerando as devoluções. As transferências feitas por TED no mesmo período foram de R$ 50,27 em média.
O valor transacionado em TED girava em torno de R$ 2 bilhões ao mês, e isso não mudou com a chegada do Pix – na verdade, o antigo meio de transferência teve uma leve alta no mês de dezembro (R$ 2,3 bilhões).

Pix
TED

dezembro de 2020
R$ 107,2 bilhões
R$ 2,263 bilhões

janeiro de 2021 (até dia 20)
R$ 89,386 bilhões
R$ 1,282 bilhão

Pix é maior que TED
Isso sugere que o Pix está atendendo a uma demanda financeira diferente, em vez de se tornar apenas um substituto para o TED. Por exemplo, você consegue usá-lo como forma de pagamento nas Americanas, Submarino, McDonald’s e vários outros estabelecimentos. Dá até para quitar a conta de luz graças a uma parceria com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Vale lembrar que é possível fazer Pix para contas do mesmo banco. Mas a vantagem é que você nem precisa saber o banco do destinatário, graças às chaves do Pix: basta informar o CPF, e-mail ou celular para enviar dinheiro, sem inserir manualmente a agência e conta.
Além disso, todo banco precisa oferecer o Pix de graça para pessoa física, enquanto o TED pode custar mais de R$ 10 em algumas instituições. Sim, existem algumas exceções para essa gratuidade, mas elas são bem específicas: por exemplo, a transação pode ser cobrada se você recebe mais de 30 vezes por mês na mesma conta, indicando uso comercial. Por enquanto, isso não afastou os usuários.
A tendência é que o Pix cresça ainda mais, à medida que mais pessoas se familiarizam com ele, e conforme a plataforma recebe mais recursos. Em março, será lançado o Pix Cobrança com QR Code para pagamentos futuros, semelhante a um boleto. O BC quer até mesmo permitir transferências internacionais, mas depende de mudanças nas leis cambiais.
Pix movimenta quase 70 vezes mais dinheiro que TED

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