Só 11% das PMEs estão satisfeitas com seu relacionamento bancário, mostra pesquisa da Capgemini
Pequenas e médias empresas representem um mercado global de US$ 850 bilhões Embora representem um mercado global de US$ 850 bilhões, pequenas e médias empresas (PMEs) não estão se sentindo atendidas por suas instituições financeiras tradicionais, mostra pesquisa realizada pela Capgemini. De acordo com o World Payments Report 2022, 89% desses negócios estão reconsiderando o relacionamento com seus bancos em várias categorias de produtos.
Para a companhia, o dado revela que há grandes oportunidades para os novos “players” do mercado de pagamentos crescerem no segmento de PMEs e que, para reconquistar a fidelidade desses negócios, bancos incumbentes terão que melhorar sua proposta de valor.
O relatório observa que os negócios de menor porte ainda são negligenciados pelo setor bancário tradicional em favor de grandes contas. Assim, muitas dessas empresas enfrentam problemas de fluxo de caixa, riscos de segurança cibernética, baixa liquidez e ineficiências operacionais que estão alimentando o descontentamento existente com os provedores de serviços de pagamento estabelecidos.
O estudo parte de pesquisas realizadas globalmente com 150 pequenos e médios negócios e 125 executivos seniores dos principais bancos. Foram 17 mercados abarcados, na América do Norte, Europa, Ásia-Pacífico, Oriente Médio e África. Ou seja, não há dados específicos sobre a América Latina.
Das empresas participantes, 11% disseram estar felizes com a sua instituição financeira. 44% estavam insatisfeitas e 45%, indiferentes. Além disso, 61% disseram que têm relacionamento com de dois a cinco bancos tradicionais e quase 25% disseram que trabalham com de seis a dez provedores de serviços.
Líder de soluções para bancos da Capgemini Brasil, Daniela Dutra afirma que o “topo da pirâmide”, ou seja, as grandes empresas, já estão bem atendidas por grandes bancos e que também há certa “saturação” entre os pequenos negócios. Entre as pequenas e médias empresas, no entanto, a barreira de entrada está relativamente baixa em relação a outros segmentos, acrescenta.
Esse segmento se torna extremamente atraente para entrada de novos players de meios de pagamentos”, diz Dutra. Para ela, em um ambiente cada vez mais competitivo, é importante que as instituições sejam capazes de oferecer um amplo leque de produtos às PMEs, que inclua não só os serviços tradicionais de pagamento, mas também outros, como de auditoria em tempo real de pagamentos instantâneos, reconciliação, gestão de inventário e de folha de pagamentos.
Na visão da companhia, para ganhar relevância entre PMEs, bancos incumbentes terão que ampliar o valor da plataforma, o que só pode ser feito “por meio do combate a sistemas legados restritivos que atualmente sufocam o crescimento”.
“Pequenas e médias empresas são a espinha dorsal do crescimento econômico global, contribuindo para metade do PIB e da empregabilidade no planeta. E, no entanto, elas são algumas das mais afetadas pela recente volatilidade do mercado”, diz Jeroen Hölscher, head global do Segmento de Pagamentos e Cartões da Capgemini, em nota.
Para ele, bancos e provedores de serviços de pagamento devem “realinhar suas prioridades” para capturar esse valor inexplorado “por meio de serviços de pagamento inovadores e experimentais”.
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